Quando eu tinha apenas 18 anos, conheci a Helena -ela na idade dos 9/10. Segunda filha (ou filha do meio) do casal Bita e Zeca. Era uma miúda encantadora: preocupava-se com o bem-estar de toda a gente que a rodeava. Perfeccionista, persistente e adorava brincar. Lembro-me perfeitamente do dia em que me disse que aquilo que mais gostava era da sua família. Mesmo nos dias menos bons, podia contar com ela.
E nunca tirava o sorriso maravilhoso da cara.
Passado uns dias, conheci a Bita. Um furacão de mulher. Bonita, elegante, cheia de vitalidade e um sorriso igual ao da Helena. Contagiante. Vi e senti que ela era feliz. Ao seu lado, de mão dada, vinha a Leonor. Uma princesinha, com dois totós cheios de pedrinhas e missangas às cores. Falava pelos cotovelos mas não percebi o que dizia. A Helena, beijou-a na face e disse-me que era a sua irmã mais nova. A Leonor, fitou-a com tanta ternura, e esmagou a face da Helena num abraço só.
Nunca me vou esquecer deste dia. A partir daí, soube o que era o amor incondicional. A Leonor ensinou-me isso. A Helena ensinou-me isso. A Bita ensinou-me isso.
Não podia deixar de ser a primeira família a contar a sua história.
Por isso, amanhã, a Bita vai contar a história da sua família. Uma história dura, mas onde o amor vence há mais de 20 anos.
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